sábado, 6 de janeiro de 2024

Angu de Litro

Os guaranis adoram guaraná

Dias de captura...

Quem tem é aquele que não tem

Fagulhas de sal...

Faltam barricas na barricada

Só bebo sólidos...

Queremos carícias de espinho

Até que nos sangre...

O que nunca irá um dia falhar

É o nosso atraso...

Uma quadrilha de anjos formou

Um ar sólido...

A menina feliz disfarçou tristeza

Choramos galões...

O galo acabou dormindo demais

Hoje não há festa...

Pode urinar ali num cantinho

Sem fazer ópera...

Meu mandarim está correto

Calei a boca...

Há demônios em liquidação

Pandeiros idem...

Eu só vou quando eu volto

A farinha sobrou...

É show de bola quadrada

Com todo molho...

O dendê a todos hipnotiza 

É baião de três...

Temos Coca-Cola na veia

Até que amanhã...

Eu tou pra lá de pra lá

Em dois minutos...

A fumaça conhece os rumos

Pés se perdem...

Terão chicletes no churrasco

Sem pudor algum...

Alguns canibais vegetarianos

Estão na moda...

O pai-nosso não tem mais pão

O céu é o limite...

A taba abriu a sua imobiliária

O dinheiro brilha...

Os caçadores também dormem

Esteticamente digam...

Lembrei de uma do inesquecível

O pierrô fez careta...

A comodidade pode ser vulgar

Como uma estrela...

Códigos secretos naquele cartoon

Ganhe uma voadora...

Traga mais frango com cachaça

É força do hábito...

O paraíso está com vagas lotadas

O olhos enganam...

O absurdo tem seu gosto bom

Até que seja azul...

Meu chapéu de palha é hi-tech

O poço também...

Nada é impossível para nada

Vem na contramão...

Eu acabei errando a receita

Coloquei angu no litro...


(Extraído do livro "Maluqueci de Vez" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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