quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Algumas Nulidades

Descanso imerecido

Rock cerimonial

Urso de pé passeando

Notícias irregulares

O paciente melhorou

A escada com vertigem

O sapato cansado

Quero não querer mais

A fuligem branqueadora

Programa esportivo

Nervos de papel

Eternos passageiros

Quem me conhece

Cigarros artesanais

A calma furiosa

Nada mais para falar

A nudez no espelho

Todos já morreram

A exceção fez a regra

Somos o nada de tudo

Minha barba por fazer

Uma dose de conhaque

A medida exata

Dois tombos num só

Qualquer lugar vale

O seco está molhado

O réquiem alegrou-se

Não pedi nada demais

A bola inédita

A chave das águas

O pio do felino

A mancha na sombra

Briga de foice no claro

Balanço sonoro de rede

Epopeia de banalidade

Li a mão da cigana

Embriagado com água

O medo correu de mim

Cecília não era cega

Bandeira feita de lata

A esquerda é direita

Meu canteiro de downloads

Praia sem areia

Dei tapa na boca de noite

Esbarrei no Everest

Fiz paredes de ar

A cola era da escola

Coma tudo de graça

Fernando bebeu uísque

O mata-cabras não matou

O vermelho está azul

Cinzas de incongruência

Delicadamente delicado

Para o Bis eu peço bis

Pisei no pé da serpente

Botei minhas asas para lavar

Pois eu só uso nuliuso

Besteira pouca é besteira

Vão-se os dedos e ficam os anéis

O importante não importa...


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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