domingo, 4 de junho de 2023

A Longa Noite Sem Rua

 


Apagou-se a noite para minha alma

Vedadas são as estrelas vadias

E as nuvens lúgubres que passam

Os pássaros noturnos se escondem

Os bacurais acabaram amedrontados

O menino não enxuga mais pratos

Do lado de fora da casa pobre...

 

Não é nada, não se importe,

É apenas um corte que vai me matar...

 

Eu me calo e me escondo sob as cobertas

Aprendi várias estranhas artimanhas

Uma delas é saber chorar sem chorar

Não estranhe, tudo é comum nessa vida

(Se podemos chamar de comum)

Muitas explosões devem haver lá fora

Mesmo que eu não escute nenhuma

 

Não é nada, não se importe,

Até a tristeza acaba sempre passando...

 

Qualquer dia tudo volta ao que era

Meus cigarros irão novamente ao bolso

Caminharei novamente, vagabundo

Sem destino, sem vergonha, feito cão

Procurando novamente minhas infelizes

E os meus parceiros de infelicidade

E assim a noite terá novamente sua rua...

 

Não é nada, não se importe,

Amanhã na claridade fecharei os olhos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Céu para Os Cães (Miniconto)

Deve existir um céu para os cães. Para os homens, isso eu não sei. Poucos merecem isso, então por que fazer um espaço tão grande pra tão pou...