terça-feira, 13 de maio de 2014

Ilusão de Ética


A cela a pena a porta
O dinheiro é que importa
A vela o fogo a chama
Não vamos fazer drama
A mentira o cínico o sincero
Isso é apenas um bolero
O ciclo a fome e o cio
É quente e temos frio
Os dias os postes a postagem
São ritos de passagem
O fruto a fruta o pé de goiaba
Tudo demora e acaba
A praça a massa o preço
Tudo tem um endereço
O belo a ética a estética
É tudo coisa médica
O Pierrot o nada o Arlequim
Quase tudo tem seu fim
A testa a festa a tarde
São coisas de covarde
A lida a tida a vida
É uma figura invertida
O prêmio a prenda a esmola
É mais um tango na vitrola
O osso o dorso a carne de pescoço
Eu nunca fui bom moço
A estima a rima o clima
Não fode sai de cima
A névoa a nuvem o nevoeiro
Não sei tocar pandeiro
A semana a dama o samana
É tudo tão bacana
A perna a guerra eterna
É o mito da caverna
É chique é chilique é tique
Fizeram mais um trambique
A tragédia o drama a comédia
Voltamos à Idade Média
Os cães os pães as vans
Não temos mais as manhãs
A menina a esquina a sina
Não temos mais vacinas
A beira a feira a esteira
É tudo uma besteira
O teste me veste o oeste
Livrai-nos desta peste!!!!

(Extraído do livro "Palavras Modernas" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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