quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Carliniana XCVII ( Sob Toda Tensão Que O Mundo Oferece )

Ventos caninos...

As montanhas falam e as nuvens respondem...


Todos os meses aguardam os fevereiros enlouquecidos

Com todos os seus tão pequenos e insossos feriados

Respostas de maquinadas liquidações abusivas

Enquanto há ciranda de loucos no pátio do hospício...


Dentes obturados...

Os mares agonizam e os bêbados cambaleiam...


Para cada sinal de trânsito uma moeda perdida

Com a coceira no olho que veio para a nossa tortura

Sentimos o cheiro adocicado de flores nos funerais

Há sempre uma nova velha parede que irá cair...


Gemidos secos...

Os famosos evacuam e a multidão aplaude...


A corrupção cai como as gotas de um céu hostil

Os pratos foram esvaziados sem alguma testemunha

Piolhos e outros parasitas surgem de todos os lados

Para a alegria geral do nosso mais puro engano...


Berros silenciosos...

As tábuas rangem e é sob nossos pés...


A miséria é semelhante a mais um parque temático

Hoje o número sorteado é aquele que não existe

Aquele sorriso amarelo é tudo o que o ouro nos dá

A mediocridade compra suas roupas no shopping...


Medo complementar...

O automóvel corre e vai pela contramão...


Não há mais problema que haja mais um problema

O cientista descobriu a inédita fórmula mais fálica

Os mercados agora podem vender carne humana

Macumba on line é para os escravos da internet...


Sede anacrônica...

Um muro caiu solene e eu amparei com as mãos...

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