terça-feira, 12 de setembro de 2023

Poema Sem-Vergonha

Um som na praça

e no mundo.

Nem tão bonito,

nem tão feio.

E os teus olhos fora de esquadro

(única expressão que me veio).

E um passarinho 

com a porta da gaiola aberta.

Deveria ter gritado mais,

feito obscenidades cabíveis.

Mais maldito,

menos choroso.

Mais malvado,

um quê de condenado.

Era eu,

vai em mim.

Engole o mar,

me aponta uma arma.

Me chama de nada,

usa todo repertório.

A parede sujou,

o chão está sujo,

A vida mais ainda,

com um futuro mesquinho.

A mentira falada

é apenas um detalhe.

Torradas e café,

não mais chá.

Quem conhece o impossível

pode enxergá-lo. 

A nossa distância

nós fazemos. 

O nosso amor

é que nos faz. 

Eu me sepulto

quase diariamente. 

O poeta estragará

fora da geladeira. 

As minhas mãos

perderam sua magia.

Eu sou o mestre

de qualquer tocaia.

Bem-vinda

minha alegria e tristeza. 

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