segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Vertical

 

O cansaço obrigatório

Aqui estamos

Entre nuvens que não vemos

E demais pesadelos

O peso quase certo

De dias e dias e dias

Algumas reticências certamente

Brilho de metais

E tempestades de poeira

Comendo tantos olhos

Um pouco de calma

E tudo pode ou não

O talvez nos mostra seus dentes

Que expressam serena ira

Um estalo de dedos

E as cartas cairão

Apertar de botões

O cigarro quase aceso

O prato do dia

É um nó apertado

Rir sem propósito

A praxe sem graça

Agora há grilos sob o sol

E inexplicações contundentes

Espadas de fogo em papel

O fruto proibido

A recompensa do culpado

Qualquer hora

Nenhuma dádiva

A fama desconhecida

Catacumbas sem Paris

Bonde sem desejo

Música surda-muda

Seriados antigos

Não há perguntas

O bêbado esqueceu

Nada atrás da cortina

Somos frangos

Talvez ratos

Do que não foi nosso

O que não se mira

É o que se acerta

O samba caiu

O fio do plumo

Não faça perguntas

O gênio da lâmpada elétrica

Carros de boi vegetarianos

Farofa na praia

Velas na encruzilhada

Escândalo da elite

Nem nos vimos

Mas aqui estamos...

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