quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Insaneana Brasileira Número 51 - Siderais Campanhas

É a fera apresentada em coloridas pílulas. E com um sorriso de creme dental. Os leões aprenderam a mais fina etiqueta. E os tubarões agora são dourados e de barbatanas esvoaçantes. As fadas são vampirescas e com tons não mais assexuados. Tudo que eu quero cabe no bolso. E meu cartão de crédito tem limite ilimitado. Não se esqueçam de assinar nosso livro de presença por favor. Tenha a gentileza oposta ao do profeta. É um moralismo às avessas. E provocamos os dragões com palitos de dente. O ridículo é a medida do que fazemos. E a piscina no fim de semana é o máximo que podemos obter. Os maus espíritos vagueiam entre os automóveis. E disputam lugar com os vendedores de balas e chicletes. Eu joguei em todos os números e acabei perdendo o sorteio. As cicatrizes doem mais que as feridas. As sombras passeiam mais alegremente que os próprios homens. Cada dia tem sua festa. Seu enterro. E seu carnaval particular também. É o bêbado na rodoviária mijando num canto com todos os motivos do mundo. Sintam seu cheiro no ar! O perfume substituiu o mau cheiro faz muito tempo. E as boas intenções são apenas uma das máscaras do teatro. Só não sabemos qual... E não importa muito se há comida de bebê em grandes quantidades. E se as fraldas descartáveis estão na liquidação. Liquidação. Porteira aberta. Fazendas sem bois. Multidões sem palavras. Gritando mudamente o que ninguém nunca falou. O imposto foi imposto. Os impostos foram impostos. E a cada um seu mau pedaço. São histórias de papéis trocados. E um grande vento invadindo nossas janelas. Vinganças das flores. E o que mais aparecer. O pó do pólen invadindo nossos pulmões já brocados. Não temos más intenções. Mas mais intenções. E tudo acabou exceto o desejo. E tudo acabou exceto a história. Tudo embaçou. Menos os vidros sob a forte chuva. E quem mais errou acertou...

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