sexta-feira, 20 de junho de 2025

Cárcere Privado

Num cárcere privado tentei ser feliz

Não me importando com os restos pelo chão

Com aquilo que o destino me disse não

Com esses tantas dores que eu nunca quis


Com as distâncias que a vida me colocou

Com as ameaças que a morte assim fez

Se me tiraram desta fila a minha vez

Com aquele soco na cara que me acertou


Num crime premeditado eu fui o criminoso

Como em alguma história que eu li um dia

Que eu inventei algo parecido com a alegria

Mas eis que me falhou o trem de pouso


Com aqueles passarinhos que foram do jardim

E as flores que vieram nesta estação errada

Fiz o que pude mas não deu em mais nada

E o que eu espero? Apenas este meu fim


Num cárcere privado tentei ser feliz

Não me importando com os restos pelo chão

Mas todo o meu esforço foi em vão

Por ser apenas mais este aprendiz...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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