segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Dia de Tudo...

Dia de tudo,

Véspera de nada...

A apática plateia

Ficou emocionada!


Diante nossos olhos surgiu o que não existe

Mostraram toda alegria de quem está triste

A bomba explodiu para nosso total deleite

A pele e a roupa - qual deles é nosso enfeite?


Dia de tudo,

Véspera de nada...

Quem está agora

Dormindo na calçada?


A mentira foi contada e recontada tantas vezes

Nossos pesadelos agora são chamados meses

O amor é nada mais um capítulo de novela

Esquecemos de colocar tinta nesta aquarela


Dia de tudo, 

Véspera de nada...

Toda carta

Já vem marcada...


O jogador jogou pra fora na hora do gol

Toda tolice agora já faz parte do show

Quem é o errado do errado do errado?

Não podemos sequer escolher qual lado


Dia de tudo,

Véspera de nada...

A própria pedra

Ficou emocionada...


Está mais que provada a nossa teoria

De que a felicidade pode vir qualquer dia

Só não temos nem data e horário exato

Viver e viver é apenas o nosso grande fato


Dia de tudo,

Véspera de nada...

O meu silêncio

Deu uma risada!...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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