quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Deuses Quebrados


E a imagem cai de cima do andor

Rumo ao chão e ninguém nota...

E o tombo trouxe algum ardor

Mas é essa a nossa rota...

O revolucionário exibe sua revolução

Para poder encher sua conta...

O cara vai comer merda na televisão

Se ganhar aquela sua ponta...



Camisetas com slogans falhos...

Quem somos nós? Os espantalhos!


O cidadão cospe na cara do pedinte

E pela multidão é aplaudido...

É a mais nova exibição de requinte

Foder mais o que está fodido...

Eu danço infeliz nas poças de lama

No meu egoísmo torpe e barato...

Quanto custa esse teu programa?

Vamos brincar de gato e rato...


Notícias falando do desastre...

E do medo antes que alastre!


Eu tenho que comer o que não quero

Eu tenho que trepar com quem pago...

Tudo aquilo que sempre espero

É como um silêncio incontido e vago...

O corpo estirado por sobre o asfalto

A viatura foi que passou por cima...

Não existe mais nenhum sobressalto

O demônio tem nossa estima...


Nossos deuses estão quebrados...

Agora temos pedaços pra todos lados!


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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