terça-feira, 24 de novembro de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 87

 


Tudo bem

Tudo zen

Tudo além


Nas tristezas que eu mesmo causei

A culpa foi só minha se eu te amei

Eu derrubei todos os meus muros

E no barco eu mesmo fiz os furos

Arrumei a minha cama na solidão

Eis a eterna espera do meu verão


Tudo sem

Tudo nem 

Tudo além


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Sem sabiás e sem manacás

eis aí minha poesia

o sabiá já morreu

o manacá nem floriu

Mil mentiras contadas

afligiram-me feito setas

que me acertaram alvo

Não quero complicar mais

do que assim está

As nuvens se despedaçaram

no mais frio dos choros


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Os aldeões com seu grande alarido

Iluminavam espectralmente a noite

Com suas dezenas de tochas acesas

Como naqueles filmes baratos

De um terror mais que infundados

Mas era um bocado diferente 

O seu mais revoltado objetivo 

Não queriam invadir o sinistro castelo

E matar o monstro criado em laboratório

Estavam querendo matar o sonho

Que tristemente sustentava

Suas próprias vidas já mortas...


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Eu não tenho culpa

Não tenho culpa alguma

É que eu saí pra rua

E não me preveni corretamente

Meu sonho atacou-me

E eu tive que sair voando...


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No caderno de minha memória

Guardei meus segredos mais caros

Como sou infeliz!

O papel foi amarelando e amarelando

As letras sumindo e sumindo

E o que me era tão caro

Acabou ficando sem valor algum

Apenas um velho caderno

Com enigmas indecifráveis


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Olho o relógio

Vejo nuvens

Confundo letras

Construo acasos

Faço propostas

Ganho negativas

É tudo tão simples

Feito um labirinto

A cafeína vai 

Lentamente nas veias

E um som de silêncio

Acompanha solitário

A mais pobre

Frequência cardíaca


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Talvez a dor passe ou me acostume

O que me parece a mesma coisa

Talvez a alma morra ou envelheça

O que me parece a mesma coisa

Talvez a maldade caia ou desmaie

O que me parece a mesma coisa

Talvez os tiros errem ou falhem

O que me parece a mesma coisa

E ainda sobre alguma coisa

Para afinal eu poder comemorar


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Foram tantas as vezes

que fechei meus olhos

e enxerguei a absoluta escuridão

mas isso foi inútil...

A luz voltou aos poucos

e o dia finalmente amanheceu...

Foram tantas as vezes

que eu jurei não mais amar

e sequei minhas veias

para que o coração não batesse...

Um anjo veio me visitar

e acabou me ressuscitando...


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