segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Quase Sem Perigo

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Quero trazer em mim todas 
as coisas mais possíveis
observações simples
que só os olhos conseguem viver
O triste andar das manhãs
que desconhecem os astros
mas mesmo assim possuem discreto
charme de alguma cantoria
Eis aqui os velhos filmes
e ainda as mais velhas fotografias
de uma saudade quase nada
que me restauram entre as mãos
Faço de certos detalhes meu caminho
e mesmo quando dói
ainda de minha garganta saem sons
e eu acredito em antigas mentiras
Foram-se os anéis e até os dedos
na mesma grandeza óbvia
dos sonhos que jazem sepultados
como ninguém mais o faria
Este é nosso bando de saltimbancos
cantando alegremente
enquanto todos os burgueses
jogam dados sobre nosso manto
Eu deixo as pistas espalhadas
e só não vê quem não quer
o roubo que tentei semana passada
querendo levar comigo a alegria
Os versos menores deram mais trabalho
porque assim eu o quis
sou o autor de minhas próprias loucuras
e disso não abrirei mão nunca
Todos os tiros acertam o alvo
não o mirado nem o desejado
o destino bate cartão de ponto
e cada coisa é o que deveria ser
Os sinos devem tocar
em algum lugar quase novo
enquanto esperamos deitados
a aurora de sei lá o quê
Mornas e ansiosas horas
que nos antecedem às festas
não há mais medalhas 
para premiarmos os feitos
mais comuns que acontecem...

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